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A NOVA CIÊNCIA DOS OVNIS E OSNIS

Publicado em fevereiro de 2025 como um "preprint" no arXiv, o artigo científico intitulado The New Science of Unidentified Aerospace-Undersea Phenomena (UAP) é um marco no estudo moderno dos chamados OVNIs. Escrito por uma coligação multidisciplinar de mais de 30 cientistas e pesquisadores, entre eles nomes como Kevin H. Knuth, Garry P. Nolan, Jacques Vallée, Ryan Graves e Richard Dolan, o estudo oferece uma revisão analítica detalhada de mais de 90 anos de investigações governamentais e privadas em torno dos UAPs (sigla para Unidentified Anomalous Phenomena), incluindo os famosos encontros com objetos submarinos não identificados (OSNIs).

Este não é apenas um artigo de revisão: é uma tentativa robusta de sistematizar o conhecimento acumulado sobre o tema e propor uma abordagem científica que finalmente o retire do campo da marginalidade acadêmica. Com 118 páginas e uma base impressionante de fontes primárias, o documento analisa investigações históricas desde os anos 1930 até as mais recentes colaborações universitárias e programas militares, incluindo o famoso caso do USS Nimitz e as atividades da AARO e do programa AATIP.


Autores

O artigo é assinado por uma verdadeira constelação de cientistas, dos quais destaco:

Juntos, eles representam a vanguarda do novo paradigma científico que se forma em torno do mistério dos UAPs.


O que são os UAPs?

O termo UAP — fenômenos anômalos não identificados — é um termo cunhado pelo governo dos Estados Unidos para designar aquilo que todos nós costumamos chamar, há décadas, de OVNIs. Ele ganhou novas dimensões nos últimos anos pois, mais do que objetos voadores não identificados (OVNIs), os UAPs hoje são definidos oficialmente como fenômenos aeroespaciais-submarinos não identificados. Essa nomenclatura, adotada pelo Congresso dos Estados Unidos, reconhece a capacidade desses objetos de operarem em múltiplos meios: no ar, no espaço e debaixo d'água — característica conhecida como transmedium travel.

Embora a maior parte das ocorrências seja atribuída a causas triviais — como balões meteorológicos, aviões, satélites, ilusões atmosféricas ou erros de percepção — entre 4% a 40% dos casos permanecem sem explicação mesmo após investigação detalhada. Esses casos residuais incluem eventos com dados sólidos, como vídeos de radar e sensores térmicos da Marinha dos EUA, que demonstram velocidades hipersônicas sem assinatura de calor, acelerações instantâneas e ausência de superfícies de voo visíveis. A esses comportamentos, a AATIP deu o nome de Os Cinco Observáveis.

  1. Propulsão sem superfícies de voo
  2. Aceleração instantânea
  3. Velocidade hipersônica sem assinatura térmica
  4. Capacidade transmeio
  5. Baixa observabilidade ou camuflagem

Um sexto observável, de caráter mais perturbador, também tem sido relatado: efeitos fisiológicos e psicológicos em humanos e animais que entram em contato com os fenômenos. Os autores argumentam que tais comportamentos desafiam tanto a física convencional quanto a engenharia conhecida, e indicam que estamos diante de fenômenos com potencial tecnológico revolucionário — ou possivelmente de origem não-humana.


Os esforços governamentais históricos para estudar os UAPs


Desde a década de 1930, diversos governos iniciaram investigações sobre objetos não identificados. A Suécia, por exemplo, enfrentou uma onda de avistamentos em 1933 conhecidos como "Ghost Flyers". Nos anos 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, pilotos aliados relataram os misteriosos "foo fighters" — esferas luminosas que acompanhavam bombardeiros. O fenômeno foi tão frequente que cientistas como Luis Alvarez e David Griggs investigaram sua origem.

Nos EUA, 1947 marcou o início do interesse oficial, após uma onda de avistamentos, incluindo o famoso caso de Kenneth Arnold, que cunhou o termo "discos voadores". Isso levou à criação de projetos oficiais como o Project SIGN (1948), o Project Grudge (1949) e, finalmente, o Project Blue Book (1952), coordenado pela Força Aérea americana. Embora esses projetos tenham coletado milhares de relatos, acabaram sufocados por pressões políticas e pelo desejo de descredibilizar o tema.

Em paralelo, países como França, Rússia, Canadá e China também conduziram investigações, muitas vezes mais abertas e menos dogmáticas do que as conduzidas nos EUA. O estudo mostra que o fenômeno é global, persistente e de interesse estratégico para diversas nações.


AATIP, AAWSAP e a virada contemporânea


O estudo revela como a percepção oficial sobre os UAPs mudou radicalmente com o surgimento do programa AATIP (Advanced Aerospace Threat Identification Program), iniciado secretamente pelo Pentágono em 2007. Sob a liderança de Luis Elizondo, o programa investigou encontros militares com UAPs, como o caso Tic Tac de 2004, coletando dados com sensores infravermelhos e radar.

Paralelamente, o AAWSAP (Advanced Aerospace Weapon System Application Program), ainda mais amplo, investigava desde tecnologias aeroespaciais até efeitos paranormais e biológicos relacionados aos UAPs. Liderado por James Lacatski e financiado com US$ 22 milhões assegurados por senadores como Harry Reid, o programa envolveu mais de 50 especialistas e resultou na maior base de dados sobre OVNIs já construída, com mais de 200 mil casos documentados.

Esses esforços culminaram na criação da AARO (All-domain Anomaly Resolution Office) em 2022, responsável por padronizar a coleta de dados, centralizar relatos militares e desenvolver protocolos de análise. O artigo destaca que, embora os governos ainda saibam pouco sobre a origem desses fenômenos, agora reconhecem seu potencial como ameaça à segurança nacional e como objeto de valor científico legítimo.


A importância dos avistamentos subaquáticos (OSNIs)

Um dos aspectos mais intrigantes abordados no estudo é o crescente número de relatos de objetos submersos não identificados, também chamados de OSNIs. Diversos episódios registrados por sensores acústicos, sonares e testemunhos militares indicam que certos UAPs demonstram capacidades de locomoção embaixo d’água muito superiores às de qualquer submarino humano conhecido.

Um caso emblemático citado no artigo é o do USS Omaha, em 2019, em que sensores do navio captaram um objeto voador não identificado submergindo sem causar perturbações visíveis no mar. As capacidades hidrodinâmicas relatadas desafiam as leis conhecidas da física náutica e apontam para tecnologia avançada — ou desconhecida. Além disso, satélites e boias de monitoramento também detectaram anomalias subaquáticas em zonas estratégicas, como o Pacífico Sul e o Mar do Japão.

Essas ocorrências levaram à reclassificação dos UAPs como fenômenos "aeroespaciais-submarinos". A possibilidade de existirem estruturas ou bases submersas de origem não humana — hipótese já sugerida por testemunhas como o ex-diretor de inteligência naval Scott Bray — é uma das linhas mais ousadas e investigadas por cientistas envolvidos na pesquisa.


Os principais projetos científicos modernos

A nova ciência dos UAPs se estrutura hoje em diversos projetos independentes e colaborativos. Um dos destaques é o UAPx, fundado por Matthew Szydagis e Kevin Knuth, que se dedica a capturar dados observacionais com sensores ópticos, infravermelhos, sísmicos e eletromagnéticos. Outro esforço importante é o VASCO (Vanishing and Appearing Sources during a Century of Observations), liderado por Beatriz Villarroel, que analisa dados astronômicos históricos em busca de padrões anômalos de desaparecimento de estrelas — algo que pode indicar artefatos tecnológicos ou civilizações avançadas.

A Galileo Project, chefiada por Avi Loeb, é outro protagonista do movimento, buscando detectar objetos interestelares com sensores próprios e inteligência artificial. Os dados coletados são tornados públicos e seguem critérios metodológicos rigorosos. Além disso, iniciativas como a da Universidade de Würzburg, na Alemanha, também propõem estações automatizadas de observação com espectrometria e análise de ruído magnético.

Esses projetos sinalizam uma guinada científica concreta e colaborativa. O artigo mostra que o novo paradigma depende menos de relatos testemunhais e mais da construção de dados quantitativos, replicáveis e compartilháveis entre equipes.


Metodologia científica aplicada ao estudo de UAP

O estudo propõe um modelo baseado em quatro pilares:

  1. Observação sistemática.
  2. Verificação cruzada.
  3. Transparência de dados.
  4. Interpretação interdisciplinar.
Isso implica combinar física, engenharia, astronomia, biologia, inteligência artificial e até psicologia para entender as manifestações dos UAPs.

Uma das propostas centrais é a criação de um banco de dados global, padronizado e de acesso aberto, que permita acumular e cruzar relatos civis, militares e científicos. A padronização dos sensores e dos protocolos de coleta também é apontada como crucial. Isso evitaria a perda de dados importantes e permitiria a replicação independente.

Além disso, os autores sugerem o desenvolvimento de modelos teóricos que não descartem hipóteses exóticas — incluindo origens não humanas ou interdimensionais — desde que baseadas em evidências. O objetivo é libertar o campo do estigma e tratá-lo como qualquer outro fenômeno natural ainda não compreendido.


Concluindo...

A obra The New Science of Unidentified Aerospace-Undersea Phenomena é uma declaração corajosa e bem fundamentada de que o estudo dos UAPs precisa ser abraçado pela ciência de forma honesta, transparente e colaborativa. Os fenômenos, quando abordados com seriedade, demonstram consistência histórica, recorrência global e desafios tecnológicos que sugerem uma origem além do que a atual engenharia humana pode explicar.

Ao apresentar um inventário histórico robusto, conectar os pontos entre as iniciativas governamentais e científicas, e propor uma metodologia concreta e internacional, os autores estabelecem um novo paradigma. A hipótese extraterrestre, ou até interdimensional, está longe de ser a única explicação possível — mas também está longe de poder ser descartada.

Se adotado com o devido rigor e abertura, este novo paradigma científico poderá não apenas resolver um dos maiores mistérios da era moderna, como também transformar profundamente nosso entendimento sobre o lugar da humanidade no cosmos.




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