Pular para o conteúdo principal

O MISTÉRIO DOS OVNIS E DA INTELIGÊNCIA NÃO HUMANA: JACQUES VALÉE NO CANAL NEWSNATION


O canal NewsNation, conhecido por suas investigações jornalísticas sérias e entrevistas aprofundadas sobre temas sensíveis, trouxe para uma de suas edições do programa Reality Check uma das figuras mais icônicas e respeitadas da ufologia moderna: Jacques Vallée. Neste episódio especial, Vallée compartilhou sua visão refinada e suas décadas de pesquisa sobre o fenômeno dos OVNIs (também chamados mais recentemente de UAPs, ou Unidentified Anomalous Phenomena), oferecendo reflexões profundas sobre ciência, espiritualidade, sigilo governamental e o impacto desses eventos sobre a psique humana.


Quem é Jacques Vallée?

Jacques Vallée é um cientista franco-americano, amplamente reconhecido como um dos pensadores mais influentes no estudo dos fenômenos aéreos anômalos. Doutor em Ciência da Computação pela Northwestern University, Vallée também possui formação em astrofísica e matemática, tendo contribuído para projetos pioneiros como a criação do primeiro mapa digital de Marte pela NASA, além de ser um dos pais fundadores da internet através do ARPANET.

Além de sua carreira em tecnologia e investimento em startups no Vale do Silício, Vallée ganhou destaque como autor de obras centrais para a ufologia, como Passport to Magonia e The Invisible College. Sua teoria da hipótese interdimensional desafia a explicação tradicional de que os OVNIs seriam apenas espaçonaves extraterrestres. Vallée foi ainda a inspiração para o personagem francês do filme Contatos Imediatos de Terceiro Grau, de Steven Spielberg.


A possibilidade de programas secretos de recuperação de UAPs

Logo no início da entrevista, Vallée foi questionado sobre sua visão a respeito dos alegados programas secretos do governo dos EUA para recuperar e reverter tecnologias de UAPs. Embora cauteloso, ele reconheceu que há múltiplos relatos consistentes vindos de fontes confiáveis. Segundo ele:

Os relatos sobre objetos caídos e projetos secretos não são novos. Em minha equipe, todos consideram evidente que há, sim, algum tipo de programa de recuperação e engenharia reversa.

Vallée falou sobre seu trabalho com grupos como a NIDS e a BASS (ambos financiados por Robert Bigelow), onde ele e outros cientistas investigaram casos como o de Roswell e outros anteriores, como o incidente de 1945 em San Antonio, no Novo México. Ele também expressou respeito por colegas como Colm Kelleher e Hal Puthoff, que têm trabalhado com dados classificados e testemunhos militares.


O papel da França e o panorama internacional

Trazendo uma perspectiva única, Jacques Vallée, que transita entre os EUA e a França, comentou como a abordagem francesa aos UAPs difere da americana. Na década de 1960, a França criou o GAP (Grupo de Estudos de Fenômenos Aeroespaciais), vinculado à sua agência espacial. Isso ocorreu, segundo Vallée, por pressão da comunidade científica e da opinião pública.

Contudo, ele apontou que, mesmo com essa abertura, houve períodos de ceticismo e tentativas de encerrar o programa. Um estudo feito com 50 líderes de opinião na França mostrou que a maioria acreditava que os EUA teriam tomado medidas sérias caso os UAPs fossem reais, o que levou muitos a subestimar o fenômeno.

A decisão de continuar estudando os UAPs foi tanto científica quanto política: se não fizermos isso, o público vai pensar que estamos escondendo alienígenas.


O fenômeno como sistema de controle

Vallée reiterou uma de suas ideias mais intrigantes: que o fenômeno dos UAPs funciona como um sistema de controle, afetando nossa cultura, espiritualidade e percepção da realidade. Essa hipótese foi central em livros como Messengers of Deception, onde ele propõe que os encontros com UAPs não têm apenas implicações físicas, mas também psicológicas e sociais.

O fenômeno não quer apenas ser visto. Ele quer moldar como pensamos, como interpretamos o mundo. Ele nos desafia a questionar a própria realidade.

Esse sistema de controle, segundo ele, não precisa ser malicioso — pode funcionar como um mecanismo de ensino, tal como uma universidade, ou até mesmo como uma prisão. A intenção por trás desse sistema ainda é desconhecida, mas a repetição de certos padrões sugere um propósito evolutivo.


Crítica ao modelo extraterrestre clássico

Vallée também explicou por que se afastou da hipótese extraterrestre tradicional. Em Passport to Magonia, ele foi pioneiro ao propor que os UAPs podem ter uma origem interdimensional, o que explicaria sua capacidade de desafiar as leis da física e de assumir formas culturais variáveis ao longo do tempo — de fadas a discos voadores.

Ele desafia a ideia de que seres tão avançados usariam as mesmas “naves” por décadas, comparando a situação com a obsolescência de carros. Se os veículos alienígenas não mudam, talvez isso indique que sua natureza é simbólica ou manipulativa, e não necessariamente tecnológica no sentido convencional.


O aspecto religioso e o perigo da divulgação irresponsável

Um dos momentos mais surpreendentes da entrevista foi quando Vallée falou sobre o impacto religioso e espiritual do fenômeno. Ele citou casos em que invocações religiosas afastaram o fenômeno, e reconheceu que há elementos que podem ser interpretados como demoníacos. Ele menciona a "Collins Elite", um suposto grupo dentro do governo que vê o fenômeno como satânico e bloqueia pesquisas por esse motivo.

Mesmo que a hipótese demoníaca pareça extrema, ela deve ser considerada. Se estamos prestes a enfrentar algo maligno, precisamos entender suas ferramentas.

Para ele, a divulgação pública do fenômeno deve ser cuidadosa. Abrir as informações sem um preparo cultural e filosófico pode gerar caos religioso e psicológico. 

O momento da divulgação levanta outras cem perguntas, muitas delas ligadas à religião.


Os casos brasileiros e o dano à saúde humana

Jacques Vallée também discutiu casos no Brasil, como o de Colares e os ataques do "chupa-chupa" (relatados e investigados na nossa famosa Operação Prato). Ele relata testemunhos de médicos e militares que viram civis feridos e, em alguns casos, mortos por exposição a luzes de UAPs. Ainda que evite o termo “assassinato”, ele admite que há danos físicos reais, como queimaduras, paralisias e lesões não convencionais.

É como uma criança atropelada por um caminhão. Não é intencional, mas o dano é real.

Esses efeitos físicos são estudados por médicos ligados a seus projetos, com evidências fotográficas, relatórios militares e entrevistas com testemunhas, sugerindo que o fenômeno pode interagir com nosso ambiente de formas que a ciência ainda não compreende.


Concluindo...

Após 70 anos de pesquisa, Jacques Vallée reconhece que ainda não tem respostas definitivas. Contudo, ele insiste que o fenômeno é real, multifacetado e digno de investigação rigorosa. Ele se mostra crítico tanto dos céticos radicais quanto dos entusiastas ingênuos, defendendo uma abordagem científica, aberta e transdisciplinar.

Depois de resolver um problema, surgem cem outros. Essa é a natureza da ciência.

Para Vallée, mais importante do que encontrar respostas imediatas é garantir que a busca continue com seriedade, respeito às evidências e disposição para desafiar os paradigmas estabelecidos. Afinal, como ele mesmo diz, talvez estejamos sendo convidados a evoluir — não só tecnologicamente, mas também espiritualmente.

Comentários