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OVNIS, CONTROLE MENTAL E DESINFORMAÇÃO - CARL GROVE


Carl Grove é um pesquisador britânico com formação em Psicologia, conhecido por suas contribuições em publicações acadêmicas respeitáveis, mas também por se aventurar em temas controversos ligados ao fenômeno OVNI, controle mental e desinformação. Com trabalhos publicados em revistas de psicologia e uma presença ativa em plataformas como a Academia.edu, Grove transita entre o mundo da ciência tradicional e o da pesquisa alternativa. Sua abordagem é analítica, cética e, ao mesmo tempo, aberta às possibilidades más inquietantes sobre os bastidores das narrativas ufológicas modernas.


Sobre o artigo

"UFOs, mind control, and disinformation: What can it all mean?" foi publicado em 2011. O artigo de Carl Grove é uma análise abrangente e provocadora sobre como o fenômeno OVNI pode ter sido distorcido por programas de desinformação e experiências de controle mental promovidas por agências governamentais. O texto foge às abordagens tradicionais e propõe que muitos dos casos clássicos de abdução alienígena possam, na verdade, ser experimentos humanos encobertos por uma narrativa extraterrestre artificial. Grove não apenas descreve teorias, mas contextualiza cada uma com base em registros históricos, relatórios e inconsistências observadas ao longo das décadas. O artigo é fidedigno no sentido de apresentar fontes e estabelecer uma linha de raciocínio consistente, ainda que suas conclusões desafiem o consenso científico.


A história dos OVNIs e suas múltiplas interpretações

Carl Grove inicia seu artigo contextualizando o fenômeno OVNI como algo presente em diversas culturas e épocas. Ele observa que muitos relatos antigos de seres sobrenaturais, como fadas, jinns e demônios, têm paralelos com as descrições modernas de alienígenas. Para Grove, é equivocado assumir que tudo começou em Roswell, em 1947; o histórico humano com o inexplicável é muito mais profundo.

Ele também analisa como os avistamentos de OVNIs mudam de acordo com a cultura e a tecnologia da época. No século XIX, os objetos eram descritos como dirigíveis; nos anos 30, como aviões-fantasma; e a partir dos anos 40, passaram a ter forma de disco. Isso sugere, segundo Grove, uma interação simbólica entre o fenômeno e o inconsciente coletivo humano, talvez manipulado por inteligências desconhecidas.

Além disso, ele destaca que muitos casos de "quedas de discos voadores" nos anos 40 podem ser acidentes de projetos secretos dos EUA e da Alemanha, em vez de naves alienígenas. O número de acidentes caiu drasticamente após esse período, reforçando essa possibilidade.


Desinformação e controle mental como engrenagens do mito

Grove introduz então a ideia de que uma das razões para a confusão generalizada sobre OVNIs é a existência de campanhas sistemáticas de desinformação. Ele aponta o uso de documentos forjados, abduções simuladas e hipnose regressiva induzida como instrumentos dessa manipulação. O objetivo? Criar uma crença coletiva em alienígenas e encobrir experiências militares reais.

Um exemplo central é o caso Roswell. Grove argumenta que, ao inflar esse incidente com míticos corpos alienígenas e espaçonaves, autoridades desviaram o foco de testes secretos. Ele sugere que o Coronel Philip Corso (o qual comentamos alguns artigos atrás), famoso por seu livro The Day After Roswell, teria sido usado para perpetuar esse engano como parte de sua missão militar.


Outro exemplo são as abduções. Grove acredita que o caso de Barney e Betty Hill, amplamente considerado o primeiro grande caso de abdução alienígena, pode ter sido um experimento de controle mental promovido pela CIA, com implantação de memórias falsas e monitoramento ativo por figuras ligadas à inteligência militar.


O caso da família Andrews: um experimento de horror

Um dos exemplos mais intrigantes citados por Grove é o da família Andrews, do Reino Unido. A família relatou ao longo de anos uma série de eventos bizarros envolvendo OVNIs, homens de preto, fenômenos poltergeist e lembranças de abduções.

Grove analisa o caso como um possível experimento de controle mental em larga escala, com objetivos que iam além da criação de falsas memórias. Ele sugere que os experimentadores poderiam estar testando os efeitos do choque emocional na abertura de habilidades psíquicas, como percepção extra-sensorial.

Os erros cometidos pelos supostos controladores, como a não-desativação de celulares durante vigilâncias e a reaparição física de um cavalo abduzido, indicam que nem tudo saiu como planejado. Ainda assim, os membros da família continuam acreditando na narrativa alienígena, o que demonstra, segundo Grove, o poder da narrativa quando implantada em indivíduos emocionalmente vulneráveis.


Bob Oechsler e a alucinação induzida por tecnologia

Em outro caso inquietante, Grove relata a experiência de Bob Oechsler, um engenheiro da NASA envolvido com pesquisas ufológicas. Segundo o relato, Oechsler teria sido exposto a um dispositivo no Pentágono que provocou sensores cerebrais alterados e estado de confusão mental. A partir disso, ele passou por eventos cada vez mais surreais, incluindo visitas a instalações secretas e encontros com "alienígenas".

Para Grove, tudo isso foi um experimento de controle mental usando tecnologia baseada em micro-ondas e radiações, sem necessidade de hipnose tradicional. O objetivo seria testar formas mais avançadas e sutis de manipulação psicológica.


Outros casos reveladores e a hipótese nazista

Grove também discute outros eventos clássicos sob a ótica da desinformação, como o Projeto Colorado e o caso Bob Lazar. Ele argumenta que o verdadeiro propósito do Projeto Colorado era desacreditar a pesquisa ufológica enquanto a fortalecia no imaginário popular, e que Lazar talvez tenha sido uma construção deliberada para perpetuar mitos.


Outro eixo central é a hipótese de que os EUA estariam usando tecnologias desenvolvidas na Alemanha nazista, adquiridas via Projeto Paperclip (algo que Bill Cooper também suspeitava). Segundo Grove, a cobertura alienígena serviu para mascarar a origem dessas tecnologias, e talvez até a ideologia dos cientistas tenha influenciado decisões geopolíticas no pós-guerra.


Concluindo...

O artigo de Carl Grove é uma obra provocadora, que desafia o leitor a reconsiderar a história dos OVNIs não como um relato de visitas extraterrestres, mas como um espelho das obsessões, experimentos e manipulações humanas. Seu texto nos lembra que a crença cega é inimiga do conhecimento e que, diante do desconhecido, o ceticismo equilibrado pode ser mais revelador que a fé ou o deboche. Grove propõe que a busca pelo entendimento dos OVNIs deve ser feita com espírito investigativo genuíno, livre de dogmas e polarizações, e sempre com atenção redobrada àquilo que pode estar sendo manipulado por interesses escusos.

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