Você sabe o que é o Green New Deal? Provavelmente ainda não, mas em breve vai ouvir falar a respeito, porque como tudo semelhante a ele, seu começo é nos EUA, sendo depois exportado para todo o mundo.
Porém, falar sobre o Green New Deal é impossível sem que você conheça um elemento muito importante da história dos Estados Unidos no séc. XX chamado de New Deal (Novo Acordo).
A quinta-feira negra de 24 de outubro de 1929, quando a bolsa de Nova Iorque sofreu uma terrível queda no pregão (que não ocorreu da noite pro dia, foi algo que se construiu por anos, mas isso não vem ao caso agora) arremessou os Estados Unidos e boa parte do mundo ocidental (o Brasil inclusive) a um de seus períodos mais terríveis econômica e socialmente falando: a grande depressão (ou Crise de 1929). Os textos a seguir, tirados da Wikipedia, concluem o ponto que eu gostaria de destacar:
Os efeitos negativos da Grande Depressão atingiram seu ápice nos Estados Unidos em 1933. Neste ano, o Presidente americano Franklin Delano Roosevelt aprovou uma série de medidas conhecidas como New Deal. Essas políticas econômicas, adotadas quase simultaneamente por Roosevelt nos Estados Unidos e por Hjalmar Schacht na Alemanha foram, três anos mais tarde, racionalizadas por John Maynard Keynes em sua obra clássica.
Wikipedia - Grande Depressão
Os itens do projeto eram: (I) investimento maciço em obras públicas: o governo investiu US$ 4 bilhões (valores não corrigidos pela inflação) na construção de usinas hidrelétricas, barragens, pontes, hospitais, escolas, aeroportos etc. Tais obras geraram milhões de novos empregos; (II) destruição dos estoques de gêneros agrícolas, como algodão, trigo e milho, a fim de conter a queda de seus preços; (III) controle sobre os preços e a produção, para evitar a superprodução na agricultura e na indústria; e (IV) diminuição da jornada de trabalho, com o objetivo de abrir novos postos. Além disso, fixou-se o salário mínimo, criaram-se o seguro-desemprego e o seguro-aposentadoria (para os maiores de 65 anos).
[...]
O impacto político do New Deal foi evidente nos Estados Unidos e é creditado, por analistas, como um dos fatores para a ascensão do Partido Democrata, dominando as legislaturas estaduais e nacionais até a década de 1960.
Contudo, não há consenso no impacto ideológico. Muitos historiadores rejeitam a noção que houve mudanças culturais através do New Deal, mas talvez houve um fortalecimento do liberalismo social e econômico.Houve também aumento do poder federal sobre empresas privadas, além do estabelecimento de diversas autarquias públicas. Os Republicanos, conservadores, apesar de se opor a este plano, não o modificaram uma vez no poder. Dwight D. Eisenhower, eleito em 1953, na verdade, expandiu algumas das políticas de Roosevelt, especialmente aquelas voltadas para a seguridade social.
Também não há um consenso total sobre se o New Deal realmente atingiu todos os seus objetivos. Sua principal meta quando foi implementado era retirar o país da Grande Depressão e colocá-lo de volta no caminho da prosperidade. Durante o período do New Deal, de fato, a economia americana se fortaleceu e cresceu, mas os problemas internos (como a pobreza e a desigualdade) prosseguiam. Críticos afirmam que foi na verdade a Segunda Guerra Mundial que reergueu a economia nacional, puxando a produção industrial e o desenvolvimento.
Wikipedia - New Deal
Sabendo o que foi o New Deal, agora é possível contextualizar para falarmos sobre o Green New Deal, que nada mais é do que uma versão moderna do New Deal com um viés ecológico.
O Green New Deal (GND) é um dos vários programas de estímulo econômico nos Estados Unidos que visam abordar tanto a desigualdade econômica quanto as mudanças climáticas. O nome refere-se ao New Deal, uma combinação de reformas sociais e econômicas e projetos de obras públicas realizados pelo presidente Franklin D. Roosevelt em resposta à Grande Depressão. Os defensores de um Green New Deal defendem uma combinação da abordagem econômica de Roosevelt com ideias modernas, como a energia renovável e a eficiência de recursos. Um exemplo em pequena escala de uma política do tipo Green New Deal são os incentivos fiscais para painéis solares, implementados nos Estados Unidos em 2008.
Wikipedia - Green New Deal
David Harsanyi, Editor sênior do site The Federalist, escreveu artigo em 07 de fevereiro de 2019 falando que o Green New Deal não apenas é antiamericano como também é "maluco".
Bem, isso não é apenas antiamericano (ou antinacionalista em escala global) e maluco, mas sim uma peça que demonstra que o longo histórico de politização da ecológia por agentes que buscam obter vantagem ao explorá-la e usá-la para atingir seus objetivos - como acabar com a soberania nacional de todos os países e criar uma nova industria aonde estejam na vanguarda - é bastante real.
Destaco meu artigo de 2012 chamado O que há por trás da economia verde onde levando diversos destes assuntos. O Green New Deal é apenas o mais novo capítulo dessa empreitada.
Bem, isso não é apenas antiamericano (ou antinacionalista em escala global) e maluco, mas sim uma peça que demonstra que o longo histórico de politização da ecológia por agentes que buscam obter vantagem ao explorá-la e usá-la para atingir seus objetivos - como acabar com a soberania nacional de todos os países e criar uma nova industria aonde estejam na vanguarda - é bastante real.
Destaco meu artigo de 2012 chamado O que há por trás da economia verde onde levando diversos destes assuntos. O Green New Deal é apenas o mais novo capítulo dessa empreitada.
Grato ao Forbiddenknowledgetv.net que falou desse artigo em sua newsletter esta semana. Segue minha tradução:
Diversos candidatos à presidência do Partido Democrata - incluindo Cory Booker, Kamala Harris, Elizabeth Warren, Kirsten Gillibrand, Julián Castro e Beto O'Rourke, para começar - já endossaram ou expressaram apoio ao “Green New Deal” (GND). Hoje, a deputada Alexandria Ocasio-Cortez e o senador Edward J. Markey divulgaram detalhes sobre seu plano.
Não é exagero afirmar que o GND é provavelmente o plano mais ridículo e antiamericano que já foi apresentado por um funcionário eleito aos eleitores. Não apenas porque exigiria que a figura centralizadora de um "homem forte" comunista fosse instituída, mas também porque os custos sociais são insondáveis. As analogias históricas risíveis a que Markey e Ocasio-Cortez recorrem - a construção do sistema de rodovias interestaduais ou o pouso na Lua - não passam de projetos insignificantes comparados a um plano que visa anular a modernidade, destruindo voluntariamente grandes quantidades de riqueza e tecnologia. Esse é o GND.
Embora algumas das especificidades precisem ser resolvidas, os autores do plano nos asseguram que essa “transformação massiva de nossa sociedade” precisa de alguns “objetivos claros e um cronograma”. O prazo é de dez anos. A aqui estão alguns destes objetivos:
- Banir a energia barata. O GND pede a eliminação de toda a produção de energia fóssil, que é a força vital da indústria e da vida dos americanos, o que inclui não apenas todo o petróleo, mas também o gás natural - uma das fontes mais baratas de energia americana, e uma das razões pelas quais os Estados Unidos têm sido capaz de liderar o mundo na redução das emissões de carbono.
- Eliminar a energia nuclear. O GND também pede a eliminação de toda a energia nuclear, uma das únicas fontes de energia “limpas” produtivas e relativamente acessíveis disponíveis, em 11 anos. Esse movimento eliminaria cerca de 20% da geração de energia dos EUA, para que você possa contar com o vento intermitente (energia eólica) para suas necessidades de energia.
- Eliminar 99% dos carros. Para ser justo, sob o GND, todos precisarão reformar seus carros com pedais no estilo dos Flintstones. Os autores afirmam que o GND gostaria de substituir todos os “veículos com motor à combustão” - caminhões, aviões, barcos e 99% dos carros - em dez anos. Estações de carregamento para veículos elétricos serão construídas “em todos os lugares”, embora a forma como as usinas de energia fornecerão a energia necessária para carregá-las seja um mistério.
- Readaptar e reconstruir todos os edifícios da América. Markey e Cortez querem "readaptar todos os prédios da América" com "eficiência energética de última geração". Repito: "todos os prédios da América". Isso inclui todas as casas, fábricas e prédios de apartamentos, que terão, só para início de conversa, que ter seus sistemas de aquecimento e resfriamento arrancados fora para serem substituídos por ... bem, por qualquer tecnologia que os democratas vão inventar em suas audiências de comitê, eu acho.
- Eliminar as viagens aéreas. A GND pede a construção de “trens de alta velocidade em uma escala em que as viagens aéreas parem de se tornar necessárias”. Boa sorte, Havaí! O disparate do trem de alta velocidade construído na Califórnia já está com uma dívida de US $ 100 bilhões, e parece ser um dos maiores desastres fiscais do estado de todos os tempos. A Amtrak tem trabalhado com bilhões de dólares no vermelho (embora, como veremos, os trens que funcionam com combustíveis fósseis também sejam eliminados). Imagine como será levar esse modelo de negócios a todos os estados da América.
- Trabalho garantido pelo governo. O projeto de lei promete que o governo dos Estados Unidos fornecerá a cada um dos americanos um emprego que inclua “salário familiar, licença familiar e médica, férias e pensão”. Você pode imaginar que os que ficarão trabalhando no setor privado estarão financiando isso através de alguma taxação "massiva" não especificada. Olhe pelo lado positivo, quando você for procurar por alimentos, suas economias já não valerão nada.
- Educação gratuita por toda a vida. A GND promete faculdades gratuitas ou escolas técnicas para todos os americanos.
- Dieta saudável. O GND promete que o governo fornecerá “alimentos saudáveis” a todos os americanos (porque não haverá feijão ou alface em seu supermercado local, eu acho).
- Habitação gratuita. O GND promete que o governo fornecerá “moradia segura, acessível e adequada” para todos os cidadãos americanos. Eu já quero o meu casarão na região de Adams Morgan (bairro chique de Washington). Obrigado, Ocasio-Cortez.
- Dinheiro gratis. O GND tem como objetivo fornecer - e eu não estou inventando isso - “segurança econômica” para todos que são “incapazes ou não querem” trabalhar. Apenas para reiterar: se você não estiver disposto a trabalhar, o resto de nós teremos que te sustentar.
- Insanidade bônus: banir a carne. Ocasio-Cortez admite que não podemos obter emissões zero em 10 anos "porque não temos certeza de que seremos capazes de nos livrar totalmente das vacas que peidam e dos aviões assim tão rápido". A única maneira de se livrar das vacas peidonas é se livrar do consumo de carne.
O GND usa a palavra "massivo" 13 vezes para explicar o tamanho dos "investimentos" (anteriormente conhecido como "impostos"). Como vamos pagar por esse plano? "Da mesma forma que fizemos com o New Deal, com os resgates bancários de 2008 e estendendo o alívio quantitativo", dizem Markey e Cortez, que se formou em economia em uma instituição de ensino superior que deveria ter sua certificação imediatamente cancelada. O plano em si parece insinuar que os bilionários podem pagar pela coisa toda. É claro que, na melhor das hipóteses, estima-se que instituir uma taxa de impostos marginal de 70% aumentaria em um pouco mais de US $ 700 bilhões ao longo dessa década a arrecadação. Ela não explica como vamos levantar os outros 20 "bazilhões" de dólares que custará para acabar com a modernidade.
Cortez e Markey afirmam que 92% dos democratas e 64% dos republicanos apoiam o Green New Deal. Não tenho certeza de onde esse número é derivado. Mas pergunte novamente quando os agentes do governo vierem retirar seu aquecedor de água.
Cortez e Markey afirmam que 92% dos democratas e 64% dos republicanos apoiam o Green New Deal. Não tenho certeza de onde esse número é derivado. Mas pergunte novamente quando os agentes do governo vierem retirar seu aquecedor de água.
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