Falar sobre preconceito é algo bastante delicado. Mas quando vemos uma campanha como esta da Gillette (The Best Men Can Be ou, em livre tradução, O Melhor que o Homem Pode Ser), que promove algum tipo de preconceito, ainda mais travestido de justiça social usando de sofismas, temos certa obrigação em repudiá-lo. Ou a definição do que é preconceito passou a ser seletiva?
Preconceito é uma opinião desfavorável que não é baseada em dados, mas que é baseada unicamente no sentimento hostil motivado por hábitos de julgamento ou generalizações apressadas. A palavra também pode significar uma ideia ou conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério ou imparcial. O termo preconceito também é usado como sinônimo de intolerância. A palavra é frequentemente usada para se referir a sentimentos, geralmente desagradáveis, para com uma pessoa ou um grupo de pessoas por causa de sua afiliação política, sexo, gênero, crenças, valores, classe social, idade, deficiência, religião, sexualidade, identidade de gênero, raça/etnia, linguagem/língua, nacionalidade, beleza, ocupação, educação, criminalidade, apoio a uma equipa desportiva ou outras características pessoais. Neste caso, refere-se a uma avaliação positiva ou negativa de outra pessoa baseada na percepção da associação de grupo dessa pessoa.
Wikipedia - Preconceito
Quando digo que a empresa utilizou de sofisma nesta propaganda, é porque no meu entender não houve necessariamente má fé mas sim propósito (ardiloso). Não se trata de simples ignorância ou acidente.
Não é porque os nazistas eram alemães que todos os alemães eram nazistas. Não é porque bandidos costumam morar em favelas que todos os moradores de favela são bandidos. Não é porque alguns terroristas são árabes que todo árabe é terrorista. Não é porque muitos corruptos são agentes públicos que todo agente público é corrupto. E não é porque existem imbecis que são homens que todo homem é imbecil. O nome disso é generalização ou rotulação, e trata-se, em essência, de puro preconceito disfarçado de justiça social. É sobre isso que este artigo fala.
Porque o que a Gillette fez em sua campanha, de certa forma, generalizou a masculinidade como algo essencialmente babaca, sórdido e abusivo (algo que o movimento feminista faz a décadas), associando o comportamento imbecil de alguns homens ao termo "masculino" (como se isso fosse exclusividade de heterossexuais masculinos), moldando a opinião pública levando-a a associar todo o universo masculino (inclusive suas coisas positivas) com o "mal".
A falsa associação masculinidade=babaquice que a propaganda discorre conclui que o mundo precisa de uma "nova masculinidade" mais amena e sensível, até mesmo ligeiramente efeminada. Trata-se, dessa forma, de uma peça de engenharia social que procura envenenar e vilanizar mais um dos pilares conservadores e substituí-lo, usando de mentiras, por outra coisa que sejam do interesse de quem promove essa "revolução".
Sofisma ou sofismo (do grego antigo σόϕισμα -ατος, derivado de σοϕίξεσϑαι "fazer raciocínios capciosos") em filosofia, é um raciocínio ou falácia que chama a uma refutação aparente, refutação sofística e também a um silogismo aparente, ou silogismo sofístico, mediante os quais se quer defender algo falso e confundir o contraditor. Não devemos confundir os sofismas com os paralogismos: os primeiros procedem da má fé, os segundos, da ignorância.
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Diz Platão que os sofistas não se preocupam em absoluto com obter a solução certa, mas desejam unicamente conseguir que todos os ouvintes estejam de acordo com eles.
Wikipedia - Sofisma
Não é porque os nazistas eram alemães que todos os alemães eram nazistas. Não é porque bandidos costumam morar em favelas que todos os moradores de favela são bandidos. Não é porque alguns terroristas são árabes que todo árabe é terrorista. Não é porque muitos corruptos são agentes públicos que todo agente público é corrupto. E não é porque existem imbecis que são homens que todo homem é imbecil. O nome disso é generalização ou rotulação, e trata-se, em essência, de puro preconceito disfarçado de justiça social. É sobre isso que este artigo fala.
Porque o que a Gillette fez em sua campanha, de certa forma, generalizou a masculinidade como algo essencialmente babaca, sórdido e abusivo (algo que o movimento feminista faz a décadas), associando o comportamento imbecil de alguns homens ao termo "masculino" (como se isso fosse exclusividade de heterossexuais masculinos), moldando a opinião pública levando-a a associar todo o universo masculino (inclusive suas coisas positivas) com o "mal".
A falsa associação masculinidade=babaquice que a propaganda discorre conclui que o mundo precisa de uma "nova masculinidade" mais amena e sensível, até mesmo ligeiramente efeminada. Trata-se, dessa forma, de uma peça de engenharia social que procura envenenar e vilanizar mais um dos pilares conservadores e substituí-lo, usando de mentiras, por outra coisa que sejam do interesse de quem promove essa "revolução".
As massas, manipuladas há anos para histericamente adotar qualquer aparência de politicamente correto, louvam propagandas como essa. Termos como "que propaganda maravilhosa", "é isso mesmo", "quem se incomoda com essa propaganda é um monstro" e coisas do gênero são o que mais de lê nos comentários pela Internet. Articulistas chegam a defender a propaganda usando não raramente de ironia, falando que o pecado da peça publicitária foi fazer os homens se autoexaminarem e se redimirem de seus erros (algo que o cristianismo que eles tanto odeiam já incita no ser humano há milênios).
Antes de continuarmos, veja o comercial em questão (legendado):
No website oficial da Gillette nos EUA, pode-se ler a descrição da campanha, que parece ter sido totalmente tirada de think-tanks de engenharia social (abaixo, livre tradução, com destaques meus):
Trinta anos atrás, lançamos nosso slogan O melhor homem pode conseguir.
Desde então, esse tem sido um slogan e frase inspiradora, que refletia padrões que muitos homens se esforçavam para alcançar.
Mas veja as notícias atuais e facilmente acreditará que os homens não estão no seu melhor. Muitos se encontram em uma encruzilhada, presos entre o passado e uma nova era de masculinidade. Embora esteja claro que mudanças são necessárias, onde e como podemos começar a efetuar essa mudança, é algo pouco óbvio para muitos. E quando as mudanças necessárias parecem tão monumentais, começar pode ser algo assustador. Então, vamos juntos.
É hora de reconhecermos que marcas como a nossa influenciam a cultura. E como uma empresa que incentiva os homens a serem os melhores, temos a responsabilidade de garantir que estamos promovendo versões positivas, atingíveis, inclusivas e saudáveis do que significa ser um homem. Com isso em mente, passamos os últimos meses examinando com atenção nossas comunicações passada e futura, refletindo sobre os tipos de homens e comportamentos que queremos celebrar. Estamos convidando todos os homens ao longo dessa jornada para juntos nos esforçarmos a fim de sermos melhores, para nos tornarmos melhores, e para ajudarmos uns aos outros a sermos melhores.
A partir de hoje, nos comprometemos a desafiar ativamente os estereótipos e as expectativas do que significa ser um homem em todos os lugares que você vê Gillette. Nos anúncios que exibimos, nas imagens que publicamos nas mídias sociais, nas palavras que escolhemos e muito mais.
Ilusionismo
A campanha não tem por objetivo vender um produto, mas sim uma ideia. Usando técnicas de marketing e artifícios cinematográficos para vilanizar os homens de uma maneira ampla e incisiva. Mesmo com uma narração que em certo momento fala que alguns homens não são assim, toda a peça publicitária despeja essa generalização. É como um ilusionista que desvia sua atenção com algo muito óbvio para distraí-lo enquanto faz seu truque sutilmente sem que você perceba. No caso da peça publicitária, o truque é posar de bondade e justiça para sua mente consciente, enquanto que seu subconsciente é estimulado com informações implícitas recebendo uma mensagem diferente.
Mas que truques foram esses? O site Vigilant Citizen, em seu artigo a respeito deste mesmo tema, destaca os seguintes:
Análise do Vigilant Citizen
O anúncio começa com homens de todas as idades se olhando no espelho com uma expressão de culpa no rosto.
Um chamado ao sentimento de culpa a todos os homens, indistintamente. Prestem atenção, homens! A Gillette vai lhes dizer como devem se comportar daqui pra frente. |
Enquanto se olham no espelho, as palavras “intimidação”, “assédio sexual” e “masculinidade tóxica” são ouvidas em segundo plano. Apropriadamente, todas as palavras vêm da mídia de massa (telejornais).
Em tom de desaprovação, o narrador diz: “Isso é o melhor que um homem pode conseguir?”. Cara... você deixou a Gillette arrasada! Tadinha! A Gillette não está feliz com você! Você não está cumprindo com o slogan usado por ela durante décadas para lhe vender lâminas de barbear superfaturadas em um verdadeiro monopólio!
Em tom de desaprovação, o narrador diz: “Isso é o melhor que um homem pode conseguir?”. Cara... você deixou a Gillette arrasada! Tadinha! A Gillette não está feliz com você! Você não está cumprindo com o slogan usado por ela durante décadas para lhe vender lâminas de barbear superfaturadas em um verdadeiro monopólio!
Um garoto chora devido a assédio (bullying) online enquanto outros garotos correm pela sala de estar, destruindo tudo. Malditos garotos! |
O assédio online é verdadeiramente um problema de “masculinidade”? As meninas também não enviam mensagens de texto ofensivas entre si? A resposta é sim, eles fazem. Esse é um problema entre imbecis e não imbecis, e não um problema entre masculinidade e feminilidade. Mas este anúncio é pura distorção e manipulação. Ele se mantém a uma distância incômoda da realidade, o bastante para confundir.
No decorrer do anúncio, os meninos são retratados como animais selvagens e fora de controle que causam estragos em todos os lugares que vão. A mensagem disso é: precisamos treinar os meninos para seguir nossa agenda desde o nascimento. Caso contrário, eles se tornarão destrutivos a nós.
No decorrer do anúncio, os meninos são retratados como animais selvagens e fora de controle que causam estragos em todos os lugares que vão. A mensagem disso é: precisamos treinar os meninos para seguir nossa agenda desde o nascimento. Caso contrário, eles se tornarão destrutivos a nós.
Cuidado! Meninos passando! E eles estão repletos de masculinidade tóxica! Malditos! |
Parece uma cena vinda diretamente de um filme de Terror, mas é só uma propaganda de lâminas de barbear que querem te fazer pensar que todo homem é imbecil. |
O anúncio prossegue, explicando como os homens devem modificar seu comportamento para serem “melhores”.
Na TV, uma sitcom fictícia mostra um homem assediando sexualmente uma empregada. |
Dois caras gargalham exageradamente ao ver a cena. |
A mensagem desta cena é a seguinte: a mídia de massa precisa ser rigidamente controlada para evitar a representação de qualquer comportamento que seja considerado "tóxico" (já é). Mesmo que encontrar programas onde isso ocorra sendo retratado de forma positiva seja muito difícil - especialmente na TV dos EUA. Além disso, não se deve rir ou se divertir com coisas que agora são consideradas tóxicas.
Em outras cenas, o anúncio apresenta idiotas egoístas agindo de forma imbecil... e a propaganda implica que 50% da população humana (homens) compartilha do mesmo comportamento.
Em outras cenas, o anúncio apresenta idiotas egoístas agindo de forma imbecil... e a propaganda implica que 50% da população humana (homens) compartilha do mesmo comportamento.
Esse cara diz: O que eu acho que ela está querendo dizer é... |
De novo: esse não é um comportamento típico de "homens", mas sim de idiotas. E, infelizmente, homens e mulheres são capazes de exibir tal comportamento. É por isso que as pessoas sábias dizem que as pessoas devem ser julgadas pelo conteúdo de seu caráter, não por sua raça, gênero e assim por diante.
Dito isto, é dessa forma que a Gillette retrata os homens:
Dito isto, é dessa forma que a Gillette retrata os homens:
Esta cena praticamente grita que "homens são todos iguais". É pura generalização. A maioria dos pais sabe a diferença entre as crianças brincando e brigando, e a maioria absoluta deles age e disciplina seus filhos de acordo. No entanto, esta cena agrupa todos os “machos” e os pinta como pais ineptos.
Outras cenas pedem que os homens interfiram para proteger as mulheres.
Quando uma mulher atraente passa, um "homem tóxico" quer falar com ela. Então, um cara sai do nada, para ele e diz “Não, isso não é legal, cara”. |
Qual é a mensagem desta cena? Os homens deveriam impedir fisicamente outros homens de conversem com mulheres? Esse é o tipo de sociedade em que queremos viver?
O narrador diz:
O narrador diz:
E não haverá como voltar atrás. Porque acreditamos no melhor dos homens. Para dizerem as coisas certas. Para agirem do jeito certo. Alguns já são. De formas grandes e pequenas. Mas alguns não são suficientes. Porque os meninos que assistem hoje serão os homens de amanhã.
O anúncio, realmente, diz que "alguns" homens tem bom comportamento, subentendendo que a grande maioria não. De fato, a propaganda foi execrada pela maioria dos homens em todo o mundo, causando debates acalorados a respeito do anúncio. É provável que muitos clientes de longa data da marca acabem migrando para outras marcas (ou abracem mais ainda a moda de ter barba) por terem se sentido realmente ofendidos ao serem colocados no mesmo patamar que abusadores e imbecis apenas por serem homens.
Então, por que eles insultaram seu principal público alvo? Não seria isso uma espécie de suicídio mercadológico? Seria uma forma de obter cobertura da mídia por meio da simples polêmica? Sim, mas tem mais.
Engenharia social
Embora o anúncio seja baseado em uma premissa ridícula, também é bastante aterrorizante. Ele sinaliza a chegada de uma nova era no marketing, que não se trata de vender produtos, mas sim de modificar o comportamento do público de acordo com uma agenda específica e claramente definida.Em suma, é engenharia social.
A engenharia social é o uso do planejamento centralizado na tentativa de gerenciar a mudança social e regular o desenvolvimento e o comportamento futuro de uma sociedade.
Definição
Como a definição afirma, a engenharia social se origina do “planejamento centralizado”. Neste caso, a elite mundial. Há uma razão pela qual a mesma agenda exala de todos os lugares. E a Gillette, que é propriedade da megacorporação Procter & Gamble, está diretamente ligada à elite.
De fato, a P&G é uma empresa de bens de consumo que possui dezenas de marcas encontradas em domicílios em todo o mundo, como Tide, Crest, Pampers, Bounty, Vicks, Oral-B e muitos outros (a empresa também participou de cartéis de fixação de preços e explorou trabalho infantil e trabalho escravo). Seus acionistas majoritários e executivos fazem parte de organizações da elite, como o grupo Bilderberg, onde as principais políticas mundiais são decididas.
Alguns produtos da Procter & Gamble, com vários produtos da Gillette entre eles |
Em resumo, as mensagens contidas no anúncio não se originam da boa consciência das pessoas da Gillette. Trata-se de um manifesto da agenda da elite, que está sendo implementado em várias plataformas e etapas há anos.
Por exemplo, a série da Netflix O Mundo Sombrio de Sabrina (clique no link para ler a respeito neste blog mesmo) apresenta a mesma mensagem central: a masculinidade é ruim e precisa ser punida. Por toda a série os homens são majoritariamente retratados como uma horda de seres brutos e violentos que não podem agir de maneira razoável em nenhuma situação.
Mas afinal, qual é o propósito final dessa propaganda? Pessoas do sexo masculino são uma ameaça para a elite? Na verdade sim! Mas não para por ai
Estamos atualmente vivendo uma era sem precedentes na história humana. O próprio conceito de "gênero" (que é o cerne da nossa composição genética) está sendo completamente redefinido e substituído por construções artificiais para servir a propósitos específicos de engenharia social. O objetivo é rebaixar os humanos o máximo possível a partir de seu estado natural. O resultado será uma população confusa, deprimida, doentia e completamente desequilibrada, porém extremamente sugestionável para campanhas de mídia de massa como essa.
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