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CONSPIRAÇÕES E CONTROLE: COMO TEORIAS MOLDAM A SOCIEDADE SEM QUE VOCÊ PERCEBA


As teorias da conspiração têm se tornado um fenômeno cada vez mais presente em nossa sociedade, influenciando comportamentos e atitudes de maneiras significativas. Eventos como o Conspiracy in the Pub, organizado pelo Dr. Daniel Jolley da Staffordshire University, buscam explorar as razões por trás da crença nessas teorias e seus impactos na vida cotidiana.

Durante uma de suas palestras, Dr. Jolley destacou que aproximadamente 20% das pessoas acreditam que a Princesa Diana foi assassinada, ilustrando a disseminação dessas crenças. A Internet desempenha um papel crucial nesse processo, facilitando o acesso a informações que reforçam tais teorias. Por exemplo, ao pesquisar "Devo vacinar meu filho?" no Google, é possível que os primeiros resultados direcionem para sites antivacinação, influenciando negativamente a decisão dos pais.

Mas o que leva as pessoas a acreditarem em teorias da conspiração? Dr. Jolley sugere que certos atalhos cognitivos, como o viés de proporcionalidade, podem explicar essa tendência. Esse viés nos leva a associar grandes eventos a causas igualmente grandiosas, rejeitando explicações mais simples. Um exemplo disso é o assassinato de JFK, que gerou inúmeras teorias da conspiração, enquanto a tentativa de assassinato de Ronald Reagan não teve o mesmo efeito.

Além disso, indivíduos que acreditam em uma teoria da conspiração tendem a acreditar em várias outras, mesmo que sejam contraditórias entre si. No caso da morte de Osama bin Laden, algumas pessoas acreditam simultaneamente que ele está morto e que ainda está vivo. Isso indica uma crença subjacente de que as autoridades estão sempre ocultando informações importantes, independentemente da teoria específica.

As consequências dessas crenças podem ser prejudiciais. Estudos mostram que acreditar que o HIV/AIDS foi criado pelo homem está relacionado a atitudes negativas em relação ao uso de preservativos e à menor probabilidade de buscar tratamento adequado. Em pesquisas realizadas pelo Dr. Jolley, pais britânicos que acreditavam em teorias da conspiração antivacinação demonstraram menor intenção de vacinar seus filhos contra doenças fictícias. Além disso, a exposição a teorias conspiratórias sobre o governo pode levar a uma menor participação política e intenção de votar.

A disseminação de teorias da conspiração também pode afetar a percepção de grupos sociais. Trabalhos em andamento indicam que a exposição a teorias conspiratórias sobre judeus resulta em sentimentos mais negativos em relação a esse grupo e uma menor disposição para votar em candidatos judeus em eleições fictícias para o Parlamento Europeu. Isso demonstra que tais teorias não apenas influenciam comportamentos práticos, mas também moldam nossas percepções e relações interpessoais.

Portanto, é essencial abordar as teorias da conspiração com seriedade, reconhecendo seu potencial impacto negativo na sociedade e buscando maneiras de promover o pensamento crítico e a disseminação de informações precisas.

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