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MISSÃO EUROPA CLIPPER: NASA CAÇANDO VIDA ESTRATERRESTRE EM LUA DE JÚPITER



No último dia 14 de outubro de 2024, a NASA lançou a missão Europa Clipper, marcando o início de uma das mais ambiciosas investigações espaciais do século. Esta missão tem como destino a lua gelada de Júpiter, Europa, que acredita-se abrigar um vasto oceano subterrâneo sob sua espessa crosta de gelo, potencialmente contendo as condições necessárias para a vida. A missão foi lançada a bordo de um foguete Falcon Heavy, da SpaceX, do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, e promete revolucionar nosso entendimento sobre a habitabilidade de mundos fora da Terra.

O projeto, que já vinha sendo discutido desde 2015, teve um custo estimado de US$ 4,25 bilhões, financiado pela NASA, com apoio do Congresso dos EUA. A execução está sob a responsabilidade do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, localizado na Califórnia, que lidera o desenvolvimento e controle da missão. A SpaceX, por sua vez, forneceu o veículo de lançamento. O Falcon Heavy, escolhido por sua capacidade de transportar grandes cargas, foi ideal para o lançamento da Europa Clipper, devido ao tamanho da sonda e a necessidade de enviá-la para um destino distante.

O corpo principal da nave espacial Europa Clipper na sala limpa do JPL no início de junho de 2022. (Crédito da imagem: NASA/JPL-Caltech/Johns Hopkins APL/Ed Whitman)


A espaçonave Europa Clipper é um robô movido a energia solar, com painéis que, quando abertos, atingem cerca de 30 metros de envergadura, o equivalente a uma quadra de basquete. A sonda carrega nove instrumentos científicos sofisticados, projetados para coletar dados detalhados sobre a composição da superfície de Europa, seu campo magnético, gravidade, e possíveis plumas de vapor d'água que podem estar sendo expelidas do oceano subterrâneo. Entre os equipamentos, há um radar capaz de penetrar no gelo, câmeras de alta resolução, espectrômetros de massa para analisar a composição química, e magnetômetros para estudar o campo magnético da lua.

O destino da missão é a órbita de Júpiter, onde o Europa Clipper realizará 49 sobrevoos próximos à lua Europa, a uma distância de apenas 25 quilômetros da superfície em alguns momentos. A missão não foi projetada para pousar em Europa, devido ao ambiente hostil da lua e aos desafios tecnológicos envolvidos, mas fará passagens regulares para mapear e investigar de forma exaustiva as condições da superfície e subsuperfície da lua. A chegada à órbita de Júpiter está prevista para abril de 2030, após uma longa jornada de seis anos.

Uma das perguntas principais que a missão busca responder é: Europa pode sustentar vida? As observações anteriores feitas pelas sondas Galileo e Voyager sugeriram a presença de um oceano de água líquida sob a crosta de gelo, mantido aquecido pelo efeito das marés causado pela gravidade de Júpiter. Cientistas acreditam que este ambiente poderia abrigar condições similares às da Terra que possibilitaram o surgimento de vida. A Europa Clipper investigará se os elementos químicos necessários, como carbono, nitrogênio e energia, estão presentes nesse oceano.


Além de investigar a possibilidade de vida, a missão também estudará o ambiente hostil de radiação ao redor de Júpiter e de sua lua, obtendo informações que poderão ser úteis em futuras missões tripuladas ou robóticas para essa região do sistema solar. A espaçonave levará aproximadamente
menos de um dia dentro da zona de radiação de Europa durante cada órbita e depois retornará a uma posição mais segura. Esse ciclo de órbitas será repetido por vários anos, com cada sobrevoo trazendo novos dados científicos.

Os primeiros dados significativos da missão devem começar a chegar à Terra em 2031, cerca de um ano após a chegada ao sistema de Júpiter. Durante esse período, a equipe da NASA receberá e processará os dados das observações iniciais, que vão desde o comportamento da superfície gelada até os sinais químicos que poderiam revelar a presença de vida ou indicar processos geológicos dinâmicos.

A missão Europa Clipper será uma jornada de décadas, mas promete gerar dados e descobertas que redefinirão nossa compreensão sobre a habitabilidade em corpos celestes fora da Terra. A partir das descobertas que ela trará, podemos nos aproximar cada vez mais da resposta a uma das questões mais antigas da humanidade: estamos sozinhos no universo?

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