Em um momento de crescente interesse público em OVNIs, o Instituto SETI não está olhando para a Terra em busca de sinais de formas de vida alienígenas avançadas, mas para o vasto cosmos.
Já faz mais de um ano que os líderes do Congresso foram brindados com depoimentos públicos — que não apresentaram provas — sobre programas governamentais obscuros para recuperar e estudar naves extraterrestres abatidas. Nesse meio tempo a audiência alimentou uma onda de documentários, campanhas de marketing oportunistas e especulações sobre OVNIs, reacendendo uma obsessão pública que alguns pesquisadores dizem ser um problema saindo do controle.
A ideia de que na ausência de qualquer explicação lógica imediata naves estranhas avistadas voando pelos nossos céus devam ser certamente visitantes alienígenas parece continuar ganhando força.
Mas pesquisadores do SETI não estão interessados no debate sobre se OVNIs avistados na Terra serem de origem extraterrestre. Para esses astrônomos, a melhor chance para a humanidade responder à velha questão de se estamos sozinhos no universo requer voltar nossos olhos para além do nosso próprio planeta .
E talvez até além da nossa própria galáxia.
veja o vídeo de resumo deste artigo acima
SETI inicia busca 'extragaláctica' por vida alienígena avançada
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| Pesquisadora do Instituto SETI, Chenoia Tremblay, é fotografada no Murchison Widefild Array (MWA) no Austrália Ocidental, que é usado em buscas "extragaláticas". Rob Hollow (CSIRO) |
Pesquisa inovadora ocorre em meio ao interesse público em OVNIs
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| Imagem congelada mostra um dos UAP que foram filmados por pilotos da Marinha norte-americana e autenticados pelo Departamento de Defesa dos EUA. US NAVY |
É claro que muitas pessoas acreditam que os alienígenas já estão aqui.
Essa suspeita só foi inflamada em julho de 2023, quando o ex-oficial de inteligência do Pentágono David Grusch testemunhou no Congresso Norte-Americano sobre um suposto programa obscuro do Pentágono de "várias décadas" para recuperar e estudar não apenas naves espaciais abatidas, mas pilotos extraterrestres. Grusch acusou o governo, sob juramento, de estar ciente da atividade extraterrestre desde a década de 1930 e de esconder o programa do Congresso Norte-Americano enquanto se apropriava indevidamente de fundos para operá-lo.
O Pentágono, é claro, negou veemente e repetidamente as acusações. Mas não importa: o dano estava feito.
A Netflix lançou uma docuseries a respeito. E marcas como a MoonPie entraram na onda. E teorias da conspiração floresceram .
Em meio à comoção , políticos e agências governamentais foram obrigados a dar algum tipo de resposta.
No Congresso, os legisladores apresentaram duas novas legislações – uma exigindo a divulgação de alguns registros de OVNIs e outra que criaria um mecanismo de denúncia para pilotos comerciais.
Em setembro passado, o escritório do Pentágono para investigar OVNIs, que o governo agora chama de fenômenos anômalos não identificados (UAP no inglês), revelou um novo site para o público acessar informações desclassificadas sobre avistamentos relatados oficialmente. Até a NASA se envolveu, divulgando um relatório declarando que não havia evidências para confirmar as origens extraterrestres dos UAPs, ao mesmo tempo em que nomeou um diretor de pesquisa para os UAPs.
Crescente crença em visitação alienígena 'não é mais uma peculiaridade?'
Nem todos concordam que a crescente crença de que alienígenas visitaram a Terra seja algo sem consequências negativas.
Em um artigo publicado na segunda-feira no Conversation, o filósofo escocês Tony Milligan argumentou que "a crença em visitantes alienígenas não é mais uma peculiaridade, mas um problema social generalizado".
Para Milligan, o perigo de acreditar em conspirações e acobertamentos vai além do potencial de minar as instituições democráticas: simplesmente não faz sentido, ele argumenta.
"Dadas as vastas distâncias entre os sistemas estelares, parece estranho que só aprendamos sobre eles em uma visita", escreveu Milligan. "É mais provável que evidências de alienígenas venham de sinais de planetas distantes."
E é exatamente isso que o SETI espera encontrar.
Embora a busca no espaço profundo do SETI não tenha encontrado nenhum sinal de tecnologia alienígena, os pesquisadores afirmam que o método pode ser usado para futuras buscas no palheiro intergaláctico.
A pesquisa foi publicada em 19 de agosto no ArXiv .
"Este trabalho é novo e inovador", disse Tingay, diretor do Murchison Widefield Array, em uma declaração, "mas também abre caminho para observações futuras com telescópios ainda mais poderosos".
Livre tradução do artigo As obsession grows with UFOs on Earth, one group instead looks for aliens across galaxies publicado em 05/09/2024 por Eric Lagatta no site USA TODAY disponível em https://www.usatoday.com/story/news/nation/2024/09/05/seti-extragalactic-search-extraterrestrials-aliens-ufo/75053683007/
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