Kai-Fu Lee tem previsões assustadoras sobre o futuro da inteligência artificial
publicado originalmente no site Época Negócios Online em 12/01/2018KAI-FU LEE, INVESTIDOR E ESPECIALISTA EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (FOTO: MATT WINKELMEYER/GETTY IMAGES FOR WIRED25) |
Muita gente importante já falou sobre os perigos da inteligência artificial. No ano passado, Elon Musk, CEO da Tesla, afirmou que a inteligência artificial é “muito mais perigosa do que as armas nucleares”. Mas uma previsão mais assustadora chamou as atenções nessa semana.
O chinês Kai-Fu Lee, investidor e especialista em IA, afirmou que nos próximos 15 anos, 40% dos empregos do mundo poderão ser realizados por máquinas. “A inteligência artificial irá cada vez mais substituir os trabalhos repetitivos, não apenas o trabalho braçal, mas também o intelectual”, disse ele em entrevista à CBS. “Motoristas, por exemplo, terão seu trabalho redefinido nos próximos 15 ou 25 anos”, afirmou. Ele disse, contudo, que as máquinas nunca serão criativas ou capazes de expressar empatia.
“Eu acredito que a IA vai mudar o mundo mais do que qualquer outra coisa na História da humanidade. Mais até do que a eletricidade”, afirma. E o que essa enorme substituição de empregos fará com a sociedade, pergunta o entrevistador a Lee. “Bom, de certa forma, há uma sabedoria humana que sempre supera as revoluções tecnológicas. A invenção do motor a vapor, a máquina de costura e a eletricidade também acabaram com empregos. Nós superamos isso. O desafio é que a IA deverá acabar com 40% dos empregos em 15 ou 25 anos, mais rápido do que as revoluções anteriores.”
Lee é reconhecido como autoridade em IA. Ele se graduou na Columbia University, tem um PhD na Carnegie Mellon e desenvolveu o primeiro sistema independente de reconhecimento de voz. Ele trabalhou em grandes empresas de tecnologia como Apple, Microsoft e Google, e, recentemente, lançou o best-seller AI Superpowers: China, Silicon Valley and the New World Order (Os superpoderes da inteligência artificial: China, Vale do Silício e a Nova Ordem Mundial, em tradução livre).
Atualmente, com 57 anos, ele mora em Pequim e seu foco é ajudar jovens chineses a desenvolver seus estudos e suas carreiras. A educação tem grande importância no novo cenário, diz Lee, que financiou empresas que instalam sistemas de inteligência artificial em salas de aula.
O investidor tem previsões assustadoras sobre os possíveis impactos da tecnologia na vida dos estudantes e cidadãos chineses. No país asiático, 70% da população usa smartphones regularmente. Os enormes bancos de dados criados a partir disso ajudam as empresas chinesas a desenvolver a IA. “A China claramente tem uma vantagem”, diz Lee.
Hoje, os Estados Unidos estão mais avançados na pesquisa tecnológica, mas o cenário irá mudar, e a China dividirá esse desenvolvimento nos próximos cinco anos, projeta o investidor.
Lee é reconhecido como autoridade em IA. Ele se graduou na Columbia University, tem um PhD na Carnegie Mellon e desenvolveu o primeiro sistema independente de reconhecimento de voz. Ele trabalhou em grandes empresas de tecnologia como Apple, Microsoft e Google, e, recentemente, lançou o best-seller AI Superpowers: China, Silicon Valley and the New World Order (Os superpoderes da inteligência artificial: China, Vale do Silício e a Nova Ordem Mundial, em tradução livre).
Atualmente, com 57 anos, ele mora em Pequim e seu foco é ajudar jovens chineses a desenvolver seus estudos e suas carreiras. A educação tem grande importância no novo cenário, diz Lee, que financiou empresas que instalam sistemas de inteligência artificial em salas de aula.
O investidor tem previsões assustadoras sobre os possíveis impactos da tecnologia na vida dos estudantes e cidadãos chineses. No país asiático, 70% da população usa smartphones regularmente. Os enormes bancos de dados criados a partir disso ajudam as empresas chinesas a desenvolver a IA. “A China claramente tem uma vantagem”, diz Lee.
Hoje, os Estados Unidos estão mais avançados na pesquisa tecnológica, mas o cenário irá mudar, e a China dividirá esse desenvolvimento nos próximos cinco anos, projeta o investidor.
Observações deste blog quanto a notícia acima:
- O título do livro faz referência aberta à Nova Ordem Mundial, no sentido de estabelecer uma nova ordem no cenário político e macroeconômico devido a pesquisa e vanguarda em inteligência artificial, mas creio que não seja apenas isso a que ele se refere, e que ele esteja se referindo indiretamente à Nova Ordem Mundial como agente oculto que alimenta tal desenvolvimento para seu próprio benefício, sem preocupações com o sofrimento que o caos econômico decorrente dela acabará gerando.
- Lee faz coro com Yuval Harari (o que já falei neste blog antes) e com Federico Pistono e Pedro Maia Soares (autores do interessantíssimo livro "Os robôs vão roubar seu trabalho, mas tudo bem: Como sobreviver ao colapso econômico e ser feliz"). Ele chega a conclusões bastante parecidas e projeta um cenário semelhante ao de Yuval, Pistono e Soares, onde a automação vai criar massas de pessoas desempregadas e a concentração do poder computacional separará a humanidade entre uma super elite e um mar de miseráveis (exatamente como mostrado no filme Elysium).
- Vejo notícias a respeito de um ponto de não retorno dos pontos de vista ambiental (devido a poluição e desmatamento) e econômico (devido a crises financeiras e automação) desde que me entendo por gente, e até o momento não vejo absolutamente nenhuma mobilização internacional que busque soluções para o problema do desemprego que a automação causará. Diferente dos problemas ambientais onde medidas de cunho internacional são debatidas e organizadas (porque são economicamente atraentes já que justificam a criação de impostos como os créditos de carbono, e de novos materiais biodegradáveis e eco friendly) a questão do emprego me parece deixada de lado, com tímidas manifestações falando a respeito de melhorar os sistemas de educação e a educar melhorar as capacidades empregatícias das pessoas para que possam desempenhar novos empregos que surgirão após essa revolução, mas nada parece caminhar de maneira firme nesse sentido, até porque nada em termos educacionais pode ser feito tão rapidamente e de maneira eficiente, e não estaríamos preparados antes do horizonte de eventos nos atingir dentro do prazo de 15 a 25 anos.
Não consigo ser otimista com relação a isso. Salvo uma intervenção divina ou rompante de bondade nos corações da elite globalista (cujos corações parecem mortos a gerações), o destino da maioria absoluta da humanidade me parece bastante obscuro nas próximas décadas, com aumento exponencial de desemprego, miséria, violência, suicídios.
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