Como foi citado no artigo sobre Bob Lazar postado anteriormente neste blog, o elemento de nº atômico 115 (que Lazar alega existir e ser o combustível usado por extraterrestres para impulsionar suas espaçonaves) não era algo realista do ponto de vista científico em 1989, quando ele levou sua história a público. Ou será que era?
Vamos por partes.
Em 2004, cientistas russos e norte-americanos publicaram, simultaneamente, artigos descrevendo que, por meio do bombardeio de átomos de amerício-95 com átomos cálcio-20 chegaram a produzir um novo elemento químico super pesado, o Ununpêntio-115, que durou frações de segundo, decaindo quase que imediatamente para outro elemento sintético chamado Unúntrio-113, e em cerca de 2 segundos este decaiu para outros elementos naturais e estáveis.
Tal experimento foi reproduzido e confirmado em setembro de 2013 por pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia. Apesar de sua enorme instabilidade e curta vida útil, o elemento com 115 prótons demonstrou-se viável, e alguns de seus isótopos são razoavelmente estáveis - porém dificilmente seriam seguros como combustível em uma espaçonave.
O podcast "Exposing PseudoAstronomy", que busca debater e possivelmente desmistificar assuntos científicos polêmicos no ramo da astronomia e das ciências correlatas, explica em sua edição de nº 133 (dedicada à analisar a credibilidade de Bob Lazar e ao elemento 115) que o isótopo Ununpêntio-291 é o mais estável deste elemento, e ainda assim ele decai para Copernício-291 em alguns segundos. O Copernício-291 mantém-se estável por ceca de 1200 anos, e tanto ele quanto o Copernício-291 são altamente radioativos. Não parece a escolha mais segura ou ideal para um combustível interestelar.
Além disso, pesa contra Lazar o fato de que a teorização de tais elementos sintéticos pesados, por mais instáveis que sejam, já haviam sido previstos em estudos dos anos de 1960, ou seja, bem antes dele relatar sua história.
Portanto, ele citar um elemento inexistente naquela ocasião, e tal elemento ser descoberto anos mais tarde não confirma a sua história. Além do mais, ele foi enfático em 1989 ao afirmar que tal elemento não poderia ser sintetizado na Terra - o que se provou possível em 2004 e novamente em 2013.
Lazar poderia estar se referindo a algum isótopo natural do elemento, formado no interior de alguma estrela diferente da nossa, capaz de forjar elementos mais pesados do que os existentes em nosso sistema solar (notadamente o Urânio-92 é o elemento natural mais pesado que nossa estrela pode forjar). Mas até o momento, nada pode ser provado nesse sentido.
O fato é que nenhuma propriedade estranha no elemento pôde ser constatada nas experiências realizadas, nada que justificasse sua escolha para espaçonaves.
Até aqui portanto, as descoberta científicas não tem sido benéficas para a história de Bob Lazar, trazendo mais dúvidas do que confirmações em sua história.
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