Banner topo

INFLAÇÃO DO PREÇO DOS ALIMENTOS

Os preços dos alimentos não param de subir no mundo. Esta tendência inflacionária mundial já vem sendo registrada há alguns anos. Achei interessante procurar alguma relação disso com o início da política dos EUA em começar a fabricar etanol a partir de milho, e do Canadá em começar a fabricar etanol com milho e trigo.

Na verdade, em uma matéria da revista VEJA datada de 2008 isso chegou a ser citado:"Parte da alta de preços de alimentos no planeta pode ser atribuída à expansão da lavoura de milho voltada para a produção de etanol nos Estados Unidos."

No entanto não é apenas a produção de etanol que vem levando a esta alta. Na mesma matéria da VEJA há um último tópico que replico abaixo aonde são comentados outros fatores:

12. Por que não se pode culpar somente os biocombustíveis pela dos preços dos alimentos?

O que está acontecendo no mundo é um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de alimentos. Isso ocorre porque houve um crescimento explosivo da demanda entre os consumidores dos países emergentes, cuja renda per capita cresceu muito nos últimos três anos. Além disso, a oferta diminuiu devido às secas. Nos últimos três anos, houve secas tão profundas no sul do Brasil que perdemos 40 milhões de toneladas de grãos. O problema ocorreu também em outros países, como Austrália e Ucrânia. A diminuição da oferta e a demanda crescente tiveram como conseqüência imediata o aumento dos preços.

Isso foi em 2008, e de lá para cá a economia chinesa tem crescido muito, aumentando a demanda por alimentos, o que é outro dos fatores que influenciam nesta questão. Outro fator é o climático, com colheitas ruins devido a condições climáticas impróprias.

Já no blog NOVA URBIS li outro comentário pertinente: É claro que essa depreciação global das moedas também faz com que os preços de outras commodities subam. A produção de alimentos é um processo extremamente intenso no uso de energia, e o barril de petróleo a US$90 ajudou a pressionar os preços dos alimentos para novos níveis recordes.

Ou seja, o aumento dos preços dos insumos entram no calculo do preço dos alimentos. Tudo está ligado. Para fabricar qualquer coisa, é preciso ENERGIA. A matriz energética do planeta Terra ainda é notadamente fóssil, ou seja, derivados de petróleo como o diesel, a gasolina e o gás. Se o preço do barril do petróleo sobe, existirá uma tendência inflacionária que percorrerá toda a cadeia de produção, e os setores que mais usam esta energia encarecida terão que subir seus preços proporcionalmente.

Outros produtos como fertilizantes e pesticidas (que fazem muito mal a nossa saúde mas são usados em larga escala na produção de alimentos a fim de proporcionar grande produção) também tiveram grandes aumentos de preço.

A grande questão é que esta tendência inflacionária tem potencial para provocar uma desgraça sem precedentes no planeta e nenhum governo parece estar levando esta bomba relógio a sério. Quem mais sofrerá com isso serão os mais pobres, a maior parte da população no mundo.

É assim que planejam diminuir a população? Matando-a de fome além de matá-la com todas as doenças, guerras e violências urbanas que já sofremos?

Veja a seguir a notícia que lia hoje na BBC Brasil e que me levou a escrever este artigo:




Preço global dos alimentos bate recorde em janeiro, diz ONU

Fonte: BBC BRASIL

Índice da FAO teve média global de 231 pontos, maior já registrado
Os preços dos alimentos no mundo bateram recorde de alta em janeiro, com um crescimento de 3,4%, segundo informou nesta quinta-feira a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
O Índice dos Preços dos Alimentos da FAO teve uma média global de 231 pontos no mês passado, o maior registrado desde 1990, quando o levantamento teve início. O recorde anterior foi em dezembro de 2010, quando ficou em 214,7.
Esta foi a sétima alta consecutiva do indicador da FAO, que mede variações mensais de uma cesta composta por laticínios, carne, açúcar, cereais e sementes oleaginosas.
Segundo a entidade, os preços de todos os grupos de produtos pesquisados tiveram altas significativas, exceto a carne, que permaneceu estável.
O economista da FAO Abdolreza Abbassian afirma que a pressão global nos preços dos alimentos não dá sinais de ceder. Ele prevê que os valores devem continuar altos nos próximos meses.
Abbassian diz que a grande preocupação com este quadro recai sobre os países de baixa renda e com deficit de alimentos, que podem ter dificuldade em financiar importações.
"O único fator alentador até o momento vem de um certo número de países nos quais, devido às boas colheitas, os preços domésticos de alguns alimentos básicos permanecem baixos, se comparados com os preços mundiais", afirmou Abbassian.
Brasil
No Brasil, o relatório da FAO destaca o preço da farinha de trigo, que, depois de atingir um pico em outubro, teve um decréscimo com a chegada ao mercado da safra de 2010.
O estudo aponta, no entanto, que o preço do produto continua 16% maior do que no mesmo período do ano passado.
Já o aumento no preço do milho no Brasil em janeiro, na comparação com o ano anterior, representou a quinta maior variação registrada no mês em toda a América Latina.

Postar um comentário

0 Comentários