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MAIAS INSISTEM: 2012 NÃO É O FIM DO MUNDO

Por Mark Stevenson
http://www.alien-ufos.com/2012-isn-t-world-Mayans-insist-t26675.html
Traduzido por Dogma Cooler


CIDADE DO MÉXICO (AP) - Apolinário Chile Pixtun está cansado de ser bombardeado com perguntas frenéticas sobre o calendário Maia que supostamente "acaba" em 21 de dezembro de 2012. Afinal, esta data não representa o fim do mundo. Ou representa?

Definitivamente não, insiste o velho índio Maia. "Voltei da Inglaterra no ano passado e... cara! O pessoal me bombardeou sobre este assunto." As coisas só tendem a piorar para ele. No próximo mês estréia nos cinemas a produção de Hollywood chamada "2012", com terremotos, chuvas de meteoros e um tsunami que leva um porta-aviões até a Casa Branca.

Na Universidade de Cornell, Ann Martin, que dirige o website "Curioso? Pergunte a um Astrônomo", diz que as pessoas estão assustadas. "É muito ruim que recebamos e-mails de alunos que estão dizendo ser jovens demais para morrer", disse Martin. "Tivemos uma mãe de duas crianças que estava com medo de que ela não viveria para vê-los crescer."

Chile Pixtun, um guatemalteco, diz que o juízo final são teorias criadas pela civilização ocidental, e que não são idéias vistas na cultura Maia. Um período de tempo significativo para os Maias não termina nesta data, mas os entusiastas têm encontrado uma série de alinhamentos astronômicos que dizem culminar em 2012, incluindo um evento astronômico que acontece aproximadamente uma vez a cada 25.800 anos.

A maioria dos arqueólogos, astrônomos e Maias dizem que a única coisa que deve atingir a Terra é uma chuva de meteoros da filosofia da Nova Era, astronomia pop, boatos apocalípticos na internet e especiais de TV como um do History Channel que mistura "previsões" de Nostradamus e o calendário Maia. Este mesmo programa termina com uma pergunta: "Será que o relógio cósmico finalmente chegará a zero em 2012? Zero dias, zero de esperança?"

Isso pode ser muito parecido com outros cenários apocalípticos vistos nas últimas décadas – como em 1987 e a “Convergência Harmônica”, “o Efeito Júpiter” ou "Planeta X". Mas este cenário de profecias Maia tem alguns alguns vestígios baseados em arqueologia. Um dos mais conhecidos é o chamado “Monumento Seis”.

Encontrado em uma obscura ruína no sul do México durante a construção da estrada na década de 1960, esta tabuleta de pedra quase não sobreviveu. O sítio arqueológico foi pavimentada e partes da tabuleta foram saqueadas.

É notável que as partes restantes da tabuleta contêm o equivalente à uma contagem de datas que vai até meados de 2012. A inscrição descreve algo que deve ocorrer em 2012, envolvendo Bolon Yokte, um misterioso deus Maia associado tanto à guerra quanto à criação.

No entanto – como sempre ocorria com Indiana Jones – a erosão e uma rachadura na tabuleta fizeram com que o final da passagem ficasse quase ilegível. O arqueólogo Guillermo Bernal da Universidade Nacional Autônoma do México interpreta os glifos ilegíveis como talvez, "Ele descerá do céu.". Assustador, talvez, mas Bernal ressalta que há outras inscrições em sítios Maias para datas muito além de 2012 - incluindo um que se traduz para o ano 4772. E de qualquer maneira, Maias na península de Yucatan, atingida pela seca, têm preocupações maiores do que o ano de 2012.

"Se eu for a algumas comunidades de língua Maia e pedir que as pessoas me digam o que vai acontecer em 2012, elas não teriam a menor idéia", disse José Huchim, um arqueólogo Yucatan Maia. "Se você disser que o mundo vai acabar em 2012 elas não irão acreditar em você. Nós temos preocupações reais nestes dias, como a (falta de) chuva.".

A civilização Maia, que atingiu seu auge a partir de 300 dC a 900 dC, tinha um talento para a astronomia. Seu calendário de contagem longa começa em 3.114 aC, marcando o tempo em períodos de cerca de 394 conhecidos como “Baktuns”. Treze era um número significativo e sagrado para os Maias e o Baktun 13 termina em torno de 21 de dezembro de 2012.

"É um especial de aniversário da criação", disse David Stuart, especialista em epigrafia Maia na Universidade do Texas em Austin. "Nunca os Maias disseram que o mundo iria acabar, nunca disseram que nada de ruim iria acontecer necessariamente. Tudo o que fizeram foi gravar no Monumento Seis a data deste aniversário".

Bernal sugere que o apocalipse é "muito ocidental, cristão" conceito projetado para a cultura Maia talvez porque os mitos ocidentais estão "esgotadas". Se não fosse toda esta mitologia, talvez esta história poderia simplesmente ser esquecida.

Mas alguns dizem que os Maias conheciam outro segredo: oscilações do eixo da Terra, pouco alterando o alinhamento das estrelas a cada ano. Uma vez a cada 25.800 anos, as linhas de Sol com o centro da nossa galáxia se alinham em um solstício de inverno, o ponto mais baixo do sol no horizonte. Isso vai acontecer em 21 de dezembro de 2012, quando o Sol aparece e sube no mesmo local onde o centro brilhante da Via Láctea se encontra. Outra coincidência assustadora?

"A pergunta que eu gostaria de fazer a esses caras é, e daí?" diz Phil Plait, um astrônomo que cuida do "Bad Astronomy Blog". Ele diz que o alinhamento não é precisamente em 2012, e as estrelas distantes exercem nenhuma força que poderia prejudicar a Terra. "Eles são realmente super-duper tentando encontrar alguma coisa astronômica que podem caber que data de 2012," Plait diz.

Mas o autor John Major Jenkins diz que o seu estudo de duas década em ruínas Maias indicam que este povo tinha conhecimento do alinhamento e que atribuía grande importância a ele. "Se queremos honrar e respeitar a forma como os Maias pensavam esta questão, então podemos dizer que eles viam 2012 como qualquer outro final de ciclo, ou seja, como um momento de transformação e renovação", disse Jenkins.

À medida que a Internet ganhou popularidade na década de 1990, a frase "data fatal" começou a se popularizar e a ser ligada ao ano de 2012, e alguns começaram a se preocupar com catástrofes com as quais os Maias nunca haviam imaginado.

O autor Lawrence Joseph diz que um pico de tempestades solares na superfície do Sol podem comprometer a grade de alimentação de energia da América do Norte por anos, provocando escassez de alimentos e água - o colapso da civilização. Picos de tempestades solares ocorrem a cada 11 anos, mas José diz que não há provas de que o pico de 2012 possa ser imenso.

Enquanto pressiona os governos para instalar proteções para as redes de energia, Joseph não aconselha os leitores a "utilização de 2012 como uma desculpa para não viver de forma saudável e responsável. Quero dizer, não façam dívidas no cartão de crédito.".

Em outro programa do History Channel intitulado "Decifrando o Passado: Apocalipse 2012: O fim dos Dias", é citado que um alinhamento galáctico ou perturbações magnéticas poderiam de algum modo provocar um deslocamento dos pólos.

"O manto de toda a Terra se deslocará em questão de dias, talvez horas, mudando a posição dos pólos norte e sul, provocando desastres em todo o mundo", um narrador proclama. "Terremotos seria sofridos em todos os continentes, tsunamis maciços inundariam as cidades costeiras. Seria uma grande catástrofe planetária".

A idéia, aparentemente, é originário do século 19 vinda de um francês chamado Charles Etienne Brasseur de Bourbourg, um padre que virou arqueólogo e que concebeu tal idéia estudando antigos textos Maias e Astecas. Os cientistas dizem que, na melhor das hipóteses, os pólos podem mudar a localização de um grau em mais de um milhão de anos, sem nenhum sinal de que iria começar em 2012.

Embora há muito desacreditado, Brasseur de Bourbourg prova uma coisa: os ocidentais têm tentado por mais de um século estabelecer um cenário apocalíptico associado à cultura Maia. E, embora fascinado por lendas antigas, seus defensores raramente analisam as experiências científicas mais recentes com estas previsões.

"Ninguém que está escrevendo estas coisas agora parece lembrar que a última vez que pensei que o mundo ia acabar, não acabou", diz Martin, o webmaster da astronomia. "Não é preciso ter uma memória muito apurada para perceber que as coisas continuam muito bem desde aquela ocasião".

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